Quinta-feira, 26 de Agosto de 2004
Não tenhas esperança por mim,
Não a mereço,
Já a perdi...
Como perco sonhos,
Ilusões e pensamentos
Que se desvanecem com o tempo,
Diluem-se como fumo no ar
E desfazem a tentativa de ser que sou,
Se é que ainda resta vontade para tentar...
Quarta-feira, 25 de Agosto de 2004
Ontem eu tinha opção,Podia ter sido, mas foi em vão...Hoje já não...Ontem eu fui,Hoje não sou...Era... O tempo passou...E hoje, o que restaDe ontem não são maisQue ecos distantes de sorrisos,Sombras de alegriaE olhares vagos...Ontem ainda vi a lua brilhar,Hoje morria, tão ténue...Amanhã terei medo de olhar,Fecharei os olhos...Ontem não acreditava que amanhã podia ser pior...
Terça-feira, 24 de Agosto de 2004
Hoje é o primeiro dia, em muitos, que me deito mais feliz do que quando acordei. Não sei bem porquê, mas este estado constante de monotonia tem estado a tornar os meus dias cinzentos, e a dar-me cada vez menos vontade de sorrir.
Talvez seja de ver as pessoas em meu redor cada vez mais desmotivadas, cada vez mais tristes com uma vida que se arrasta sempre igual, sempre chata, em que nada de novo acontece, existem sempre as mesmas discussões, as mesmas razões e as horas repetem-se...
Em breve, terei que lidar com uma mudança muito grande na minha vida. E isso assusta-me, de certo modo. Tudo se tem revelado uma dificuldade para tal mudança acontecer, e tenho medo de ter que recuar quando já for tarde demais. E, mais do que isso, tenho medo que o tenha que fazer por razões que me ultrapassam e que não posso minimamente controlar. Estou entregue à minha sorte, e esse facto não me agrada nada.
E além de tudo isto, a Sandra está longe dos meus braços e os meus verdadeiros amigos ainda estão de férias. Os que restam nesta vila, apenas me conseguem fazer sair de casa para apanhar ar fresco, pois estou farto das mesmas conversas que se repetem sempre que saímos.
Mas hoje pelo menos é diferente. Hoje deito-me com a esperança que amanhã o dia será diferente, pelo menos para a minha nina. Amanhã é um dia importante, e tudo vai correr bem. Desejo-te sorte, e agradeço teres-me dado algo para sorrir.
Amo-te muito, minha doce Sandra.
Sexta-feira, 20 de Agosto de 2004
Não posso sonhar!
È sempre uma mentira,
Por mais real que pareça
O sonho nunca tem lugar
No mundo real!
Real?
Mas que realidade é esta,
Que funciona a destruir
Os sonhos de quem quer fugir
De uma vida tão morta...
Os meus sonhos começam a morrer...
Quinta-feira, 19 de Agosto de 2004
Espera-me um caminho negro,
Longo, estreito e inclinado.
Sinto-me descalço, sem forças
Para atravessar este mar
De pedras bicudas e afiadas,
Que me ferem cada passo que ouso dar...
Para quê continuar a tentar?
A cada passo, surge uma nova dificuldade,
Um obstáculo mais difícil de ultrapassar...
E que força esta que continua a dar-me vontade
De não desistir...
Segunda-feira, 16 de Agosto de 2004
Esta noite não preciso do mundo
Para me esmagar.
Basta o peso dos lençóis
Para me sufocar!
Como pode o vazio pesar
Tanto que me impede de sonhar?
Talvez porque não tenha querido mudar...
Acabei por demonstrar a causa
Perdida que sou.
A nossa última despedida
Soube a mel...
Espero que o nosso próximo beijo também...
Se acontecer...
Quinta-feira, 12 de Agosto de 2004
O meu mundo é frio,Cruel e sombrio,Feio e doentio...Nele estou sozinhoSem contar com ninguém,Para não ficar desiludidoQuando estes meus amigosTeimam em falhar-me...E por isso te quero protegerDesta minha realidade,Não te queria esconder,Mas revelar a tua identidadeApenas te iria expor a esteCirco de pestes...
Quarta-feira, 11 de Agosto de 2004
Voltei do sol, do mar e da areia,
Voltei das longas horas despreocupadas,
Voltei da minha vida de turista,
Das minhas breves férias
Longe da monotonia do dia a dia,
Perto de quem amo,
Neste meu paraíso secreto,
Onde apenas existimos nós.